• Publicado29 de dezembro de 2024

Mais um ano de esporte brilhante. Mais um ano de fotografia esportiva deslumbrante.

A equipe de fotógrafos premiados da Getty Images cobriu mais de 50.000 eventos esportivos em 2024, incluindo a Euro 2024 e as Olimpíadas e Paralimpíadas de Paris.

Apresentando o segundo homem mais alto do mundo, um beijo de Taylor Swift e as lágrimas de Cristiano Ronaldo, a BBC Sport traz para você 24 das melhores fotos esportivas de 2024 — nas palavras dos fotógrafos que as tiraram.

Hector Vivas: Esta é uma imagem composta digital da final masculina de 100m nas Olimpíadas. Fixei minha lente em um grampo para mantê-la parada e usei um disparador remoto. Esta imagem tem oito fotos diferentes editadas juntas em camadas. O que a torna especial não é apenas a história da corrida, que foi extremamente acirrada, mas também me permitiu sintetizar 10 segundos em uma única foto, o que me deu a oportunidade de contar essa história de uma maneira diferente. Ver toda a corrida em uma única imagem gerou muito interesse.

Cameron Spencer: Ao capturar fotos de rugby league, as fotos de try são geralmente as melhores fotos de ação. Eu estava muito perto dos jogadores quando Joseph Manu, do Sydney Roosters, acabou em uma posição única ao tentar marcar um try. O resultado foi um momento dinâmico que eu nunca tinha testemunhado enquanto cobria o esporte.

Adam Pretty: Enquanto tirava fotos subaquáticas na piscina de mergulho no Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos, notei que a luz estava se afastando, deixando a piscina em sombra total. Procurando um novo ângulo, avistei um pequeno pedaço de luz do dia filtrando pela torre de mergulho do andaime, iluminando alguns dos mergulhadores. Ainda com minha roupa de mergulho, subi rapidamente para uma posição elevada para fotos que oferecia uma vista deslumbrante do horizonte de Doha.

Eu tive uma sorte incrível – Annika Bornebusch fez um mergulho que a colocou perfeitamente naquele último pedaço de luz. Somando-se à magia, ela era a única atleta em um maiô vermelho, criando um contraste visual impressionante. Foi um daqueles raros momentos em que tudo se alinha perfeitamente por uma fração de segundo – o tipo de momento que os fotógrafos esportivos sonham em capturar.

Andy Lyons: Foi uma noite sem incidentes no Great American Ball Park em Cincinnati antes de eu notar um fã pulando a cerca durante o jogo da Major League Baseball entre Cincinnati Reds e Cleveland Guardians. Pensei que fosse um estudante universitário fazendo uma manobra, mas então vi um policial perseguindo-o com um Taser na mão.

O que aconteceu depois foi surreal. O fã executou um mortal perfeito para trás, aterrissando como um ginasta, o que imediatamente chamou minha atenção como ex-treinador de ginástica. O segundo tiro do policial acertou o alvo e esta imagem capturou o momento. Policiais adicionais chegaram, algemaram o fã e o escoltaram para fora do campo. Esta foto rapidamente ganhou força online e mostra a importância de estar sempre alerta e pronto para capturar o inesperado.

Michael Reaves: Esta imagem foi tirada durante as Paraolimpíadas de 2024 em Paris, onde Morteza Mehrzadselakjani e a equipe do Irã ganharam sua terceira medalha de ouro consecutiva no vôlei sentado. Mehrzadselakjani, que tem 8 pés e 1 polegada, é o paraolímpico mais alto da história e o segundo homem mais alto do mundo. Minha esperança era capturar não apenas a vitória da equipe, mas ilustrar sua altura em uma única imagem.

Hector Vivas: Tirei esta imagem durante os Jogos Sauditas em Riad. Durante a competição, tive liberdade para me movimentar pelo local, e isso me ajudou a procurar diferentes opções criativas. Uma delas foi encontrar um painel de áudio que tinha alguns pequenos LEDs. Aproximei muito minha câmera deste pequeno LED laranja para que ele se sobrepusesse ao levantador de peso Mahmoud Al-Humayd.

Richard Heathcote: Boxear ao ar livre e no meio de um campo de futebol é um desafio diferente. Esta luta – no círculo central do Selhurst Park em Londres – foi uma boa disputa e foi até os cartões de pontuação dos juízes. Você tem uma grande chance de ser bloqueado pelo árbitro enquanto ele se move em volta dos lutadores, então você deve ficar alerta e aproveitar suas chances quando puder. Nesta imagem, Richard Riakporhe desfere um uppercut, errando o queixo de Chris Billam-Smith e apenas cortando a ponta do nariz dele, o que eu consegui capturar entre as cordas.

Alex Broadway: A rampa de largada no BMX geralmente rende uma boa foto. Nas Olimpíadas de Paris, isso não foi diferente, com a adição de um grande gráfico de BMX criando um ótimo plano de fundo.

Posicionando-me no final da primeira reta e usando uma lente de 300 mm, esperava poder enquadrar as ciclistas no ar, com o gráfico da rampa de largada atrás delas. Demorou algumas corridas para conseguir o ângulo certo e então foi só esperar por uma boa largada. Felizmente para mim, as ciclistas nesta semifinal feminina estavam todas muito próximas no primeiro salto e produziram uma bela imagem que captura a intensidade e a tensão da corrida.

Ezra Shaw: Depois que o Super Bowl terminou, fui encarregado de encontrar a estrela pop Taylor Swift no campo. Ela foi conduzida para fora com muitos seguranças e, em seguida, rapidamente levada para um cercado fechado com o time do Kansas City Chiefs. Os Chiefs estavam recebendo o troféu do Super Bowl e, como fotógrafo esportivo, essa é uma das fotos mais importantes para se tirar depois do jogo.

Deixei meu lugar perto de Swift para ver se conseguia tirar uma foto da apresentação do troféu, mas então percebi que uma foto dela com o namorado e tight end dos Chiefs, Travis Kelce, provavelmente seria mais importante. Cheguei o mais perto que pude e, quando Kelce saiu do palco, ele veio até mim e deu um grande beijo em Swift. Tive a sorte de estar em um ótimo lugar para aquele momento.

Esta imagem fantástica do fotógrafo francês Jerome Brouillet da AFP se tornou uma sensação viral durante as Olimpíadas, rapidamente capturando a atenção do público em todo o mundo. Foi uma das imagens esportivas mais comentadas do ano, mostrando o quão poderosa a fotografia ainda pode ser na formação da cultura moderna. A imagem não apenas ressoou com os espectadores, mas também reforçou o imenso poder e alcance das mídias sociais na amplificação de momentos como este, demonstrando o impacto duradouro da fotografia na era digital. Laurence Griffiths, diretor de conteúdo da Getty Images

Clive Rose: Uma das melhores coisas sobre cobrir natação artística nas Olimpíadas é que as equipes farão novas rotinas, dando a você algo novo para trabalhar. Você nunca sabe realmente o que vai acontecer quando as equipes saem para começar suas rotinas.

Neste caso, o Team France – o país de origem e a primeira apresentação da noite – se apresentou com um novo traje que incluía rostos na parte de trás de suas cabeças, o que me pegou de surpresa, pois parecia muito estranho à primeira vista. Decidi cobrir a parte “em terra” da apresentação. Hoje em dia, essa parte da apresentação pode ser bem interessante. Definitivamente adicionou um aspecto único à rotina e faz você olhar mais profundamente para a imagem.

Clive Mason: Não posso mentir – me sinto muito sortudo por ter tirado esse quadro. Capturar Novak Djokovic, um dos maiores de todos os tempos, dando um golpe tão incomum e mostrar seu atletismo foi uma verdadeira emoção. Foi um daqueles momentos em que, depois de terminar de filmar o resto do ponto (que Djokovic venceu), fiquei com medo de olhar para a imagem na tela da câmera com medo de que o foco automático pudesse ter pulado para a rede e não para o rosto dele. Felizmente, ele fez exatamente o que deveria…

Alex Pantling: No automobilismo é muito raro ver os rostos dos pilotos. Nesta ocasião, é a conexão entre o espectador e o atleta que o torna tão único. Adoro capturar retratos naturais e Carrie Schreiner olhou diretamente para minha lente segundos antes de deixar o pit lane durante a sessão de testes da F1 Academy em Jeddah, Arábia Saudita.

David Ramos: Usar uma câmera remota posicionada na linha de chegada me permitiu capturar esse momento dramático e inesperado de um ponto de vista exclusivo na final dos 100m T63 femininos nas Paralimpíadas. Ambra Sabatini na raia seis perde o equilíbrio e desvia para a raia sete, colidindo com Monica Graziana Contrafatto e jogando ambas no chão. Noelle Lambert em primeiro plano enquadra perfeitamente Contrafatto. Câmeras remotas são cruciais para capturar ângulos tão únicos que, de outra forma, seriam inalcançáveis.

Tim de Waele: Esta imagem impressionante foi capturada na Espanha durante a Clasica de Almeria 2024, uma das corridas de um dia do início da temporada. Ao contrário de corridas mais rigorosas, este evento oferece um pouco mais de liberdade criativa e permite que os fotógrafos experimentem.

A fotografia ilustra lindamente um ‘pelotão dentro de um pelotão’ único – a simetria e a harmonia dos ciclistas se misturando com as árvores nuas e invernais que formam seu próprio grupo natural. O cenário de inverno espanhol, com seus tons suaves e árvores sem folhas, contrasta com as cores vibrantes do pelotão, fazendo com que os ciclistas se destaquem ainda mais.

Fotografar da traseira de uma moto viajando a 35 mph aumentou o desafio, já que a fotografia de ciclismo geralmente oferece apenas uma chance de capturar o momento. Durante as duas voltas locais da corrida, avistei esse local na primeira volta por trás. Decidi que seria ainda mais atraente capturar a cena de frente durante a segunda volta, e foi assim que tudo aconteceu.

Robbie Jay Barratt: Como todo fotógrafo na Euro 2024, eu estava esperando por aquele grande momento Cristiano Ronaldo. Ele ainda não tinha marcado no torneio e quando ele pegou a bola para um pênalti na prorrogação no jogo das oitavas de final de Portugal contra a Eslovênia, presumi que esse era o momento. Ele errou. Felizmente, fiquei nele com minha lente longa esperando por qualquer reação, pois ele tinha sido bastante emotivo em todos os jogos, parecendo desesperado para marcar.

No final do primeiro tempo da prorrogação, Ronaldo caminhou em direção ao banco e os jogadores se aglomeraram ao redor para consolá-lo. Fiquei com ele de costas para mim durante a conversa da equipe, pois pude ver que ele estava emocionado. Só quando ele se virou para ficar em posição de começar o segundo tempo é que pude realmente ver seu rosto. Ele estava em lágrimas.

Esta imagem incrível de Luis Tato da AFP captura o momento dramático quando o motorista tanzaniano Yasin Nasser perde o controle de seu Ford Fiesta Mk II, fazendo-o capotar durante o World Rally Championship Safari Rally no Quênia. Embora seja, sem dúvida, um momento que Nasser preferiria esquecer, tanto ele quanto o copiloto Ali Katumba saíram ilesos, apesar do carro ter sido destruído. Laurence Griffiths, diretor de conteúdo da Getty Images

Elsa Garrison: Já tínhamos dois fotógrafos cobrindo as finais de aparelhos de ginástica artística nas Olimpíadas, então meu trabalho era encontrar ângulos diferentes.

Durante toda a semana, acompanhei as ginastas americanas Simone Biles e Jordan Chiles nas redes sociais, bem como entrevistas com a mídia. Elas estavam cantando os louvores da brasileira Rebeca Andrade, então tive a sensação de que, se ela subisse ao pódio, elas fariam algo especial.

Encontrei um lugar que era o mais próximo possível da cabeça. Eu não estava tão alto que não conseguisse ver seus rostos, mas estava alto o suficiente para obter um fundo limpo. O que torna esta foto especial é que ela incorpora o que é o espírito olímpico – atletas apoiando e celebrando uns aos outros.

Adam Pretty: Eu estava posicionado no barco a caminho da natação de 10 km em águas abertas nas Olimpíadas. Estava lotado no Rio Sena – havia cerca de 10 outros barcos – então foi difícil encontrar uma boa posição. O mural se destacou enquanto os atletas nadavam por ele, e acho que todo mundo tirou esse tipo de foto no começo.

A luz melhorou conforme a corrida avançava e eu convenci o motorista do barco a me colocar no lugar certo. A essa altura, a maioria das pessoas já havia perdido o interesse em capturar a foto. A luz estava apenas atingindo o atleta e não o mural, então há uma boa separação entre eles. Você também precisa do atleta certo. Se eles respiram para o outro lado, a imagem não funciona. Se eles respiram muito baixo, você não consegue ver o rosto deles, então você precisa de algumas coisas para se encaixar.

Steph Chambers: Ao cobrir Kinga Drozdz competindo em esgrima em cadeira de rodas durante as Paraolimpíadas, notei como ela soltou um grito estrondoso após quase todos os pontos – mesmo em suas rodadas anteriores, quando as luzes da arena não eram tão lisonjeiras. No entanto, as reações alegres estavam escondidas atrás de sua máscara. Para a semifinal – quando as luzes da arena são abaixadas para criar um fundo preto sólido – certifiquei-me de estar alinhado com sua cadeira para o ponto de partida, caso ela comemorasse sem seu capacete. A previsão estava correta – ela explodiu.

Andy Hone: Esta imagem foi tirada da torre do Circuito das Américas durante o Grande Prêmio dos Estados Unidos em Austin, Texas. Eu a tirei enquanto estava inclinado 70 metros acima do circuito, balançando em uma posição estranha para obter o reflexo do vidro na lateral da torre. Não é para os fracos de coração – mas vale o resultado.

Naomi Baker: Um aspecto fundamental de fotografar ginástica é observar rotinas e aquecimentos de perto para se preparar para capturar a foto perfeita. Assistir aos atletas ensaiando permite que você antecipe seus movimentos e entenda as nuances de suas performances. Quando os ginastas sobem na trave, é sempre um momento incrivelmente atlético e impressionante, cheio de precisão e graça. Esta imagem em particular no Campeonato Britânico em Liverpool foi uma que imaginei para destacar a habilidade e o equilíbrio extraordinários naquele momento decisivo.

Esta imagem de Jasper Jacobs da AFP do evento de ciclocross Badkamers Trophy na Bélgica é lindamente composta, dividindo perfeitamente o quadro entre os competidores e espectadores para destacar os elementos contrastantes da corrida. As linhas na areia deixadas pelos ciclistas adicionam um toque dinâmico, enfatizando a dificuldade do evento e os desafios que os competidores enfrentam ao navegar pelo terreno difícil. É um visual impressionante que captura tanto a intensidade quanto a atmosfera da corrida. Laurence Griffiths, diretor de conteúdo da Getty Images

Aitor Alcalde: Foi um dia desafiador para fotografia ao ar livre nas Paralimpíadas, com ventos fortes e chuva durante toda a manhã em Paris. Cheguei ao local antes da semifinal de futebol para cegos entre Argentina e Brasil e brinquei com os colegas sobre o céu sombrio durante o jogo anterior. Então, cerca de uma hora antes do pôr do sol, as nuvens começaram a se dissipar e notei o vento soprando diretamente em minha direção. Tive a sensação de que criaria um pôr do sol dramático.

Por experiência, aprendi que condições de vento geralmente levam a céus impressionantes, então decidi esperar o momento se desenrolar. Com certeza, paciência – combinada com um pouco de bom timing – provou ser uma das qualidades mais valiosas para capturar esta foto.